segunda-feira, 27 de maio de 2013

Nada mais nada menos do que fugir

Quero fugir,
correr em direção ao mar
nas ondas me enroscar
não pensar em nada,
não precisar de nada,
nada mais querer,
além de estar lá,
e esquecer o que tanto tento lembrar.

Quero fugir,
porém, entretanto, todavia,
de dentro não saio,
de fora não vejo,
de muito, consegui pouco,
de pouco, atingi um tanto,
de mim, fugi a vida afora
cheia de certeza
encontrei ainda mais dúvidas,
construí fortalezas.

Quero fugir
me faz bem
pensar que estou indo
sem hora para voltar,
sem lugar certo para ficar,
sem pensamentos a enfileirar,
sem ter que nada explicar
ou responder a quem perguntar.

Quero fugir, 
encontrar o que está desencontrado
encaixar o que está desencaixado
agarrar o que está desgarrado
soltar o que está preso,
entregar-me ao desapego
e aconchegar-me no sossego.

Quero fugir,
Nada mais, nada menos,
mas fugir de repente,
em súbito, de momento
fugir para aquele lugar
que não sei onde é,
mas que vou encontrar. 

Não quero muito;
sumir sem compromisso
atrever-me, entreter-me, escapar-me
caminhar por dunas imaginárias
acompanhar brisas dançantes
rir de vontade no centro da cidade
ou dormir ao relento da liberdade!

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