quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Busque sua colina!

Passando pelas esquinas, andando à esmo, cruzando um pé na frente do outro, tendo a solidão como companhia, o vento como música, o tempo como observador incansável, balbuciando em meu ouvido o escoar dos segundos.
As pedras vem e vão, enquanto espero pelas flores, que nunca chegam, ao longo do caminho de meus amores. Um pássaro sobrevoa, e ao mesmo tempo, meu pensamento destoa, não chega nas asas livres e soltas, que levam o cheiro do oceano consigo.
Ando sempre em frente, como me disseram, da forma que ensinaram, cuidando para não sair da linha, mas invejo o tortuoso, quero muito parar em um encosto, ficar assim como um sopro, sem rumo, sem desgosto.
O caminho se desdobra, triplica, nunca me leva acima, minha alma então suplica, pelo descanso que nunca conheci, aquele que pode ser o melhor que já vivi.
Finalmente, miro o alto, o vislumbre de uma colina atraente, entremeando-se por entre as nuvens, sorrisos de anjos contentes...
De repente, o sol se torna minha companhia, a música fria do vento torna-se melodia ardente, o tempo passa a ser meu doce incentivo, sólido, calado... bem-vindo.
A colina se ergue majestosa, e meus pés voam como as asas do belo pássaro visto.
Ergo meus olhos mais do que acima, ergo-os para o céu de trigo, para o formidável clima de leveza, que finalmente sinto, em diversas cores e sutilezas.
Sei, então, que o caminho foi um pretexto para chegar ao ápice, do todo maior e mais distinto, a colina que almejava desde o início do caminho, mas não sabia se existia!  

Levante os olhos para cima, suba mais adiante, caminhe um pouco mais, não pare em cantos escondidos ou encoste em desânimo...

Persista, busque sua colina!

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